MP denuncia deputado e ex-secretário Jeová Mota e mais sete
A denúncia se refere a supostas irregularidades na PPP da Arena
Castelão. O parlamentar se disse surpreso e alega que a parceria já estava
formatada quando assumiu
27 de Novembro de 2018
Mota assumiu a secretaria em março de 2015José Leomar
O Ministério Público do Estado do
Ceará (MPCE) denunciou o ex-secretário de Esportes do Ceará e hoje
deputado estadual, Jeová Mota(PDT), e mais sete gestores por
improbidade administrativa em virtude das obras de reforma da Arena
Castelão. O órgão, que também abriu uma denúncia-crime, pede a perda dos
cargos públicos, perda dos direitos políticos, pagamento de multas e devolução
de mais de R$ 8 milhões. O parlamentar se disse surpreso com a notícia e negou
irregularidades durante a gestão.
A ação civil de improbidade administrativa foi
protocolada na manhã dessa segunda-feira (26) pelo promotor de Justiça Ricardo
Rocha. “O próprio Tribunal de Contas da União (TCU)
constatou essas irregularidades e o Ministério Público emitiu na época uma
recomendação para que o Estado do Ceará corrigisse essas irregularidades que
estão citadas na ação civil pública, principalmente com relação ao uso ilegal
das parcerias público-privadas”, disse. Segundo o promotor, as recomendações
não foram cumpridas e o processo licitatório se deu de forma ilegal. "Uma
obra de valor vultuosíssimo, custou caríssimo ao povo do Estado do Ceará, e nós
não podemos deixar que esses atos de improbidade administrativa passem em
branco", completou.
De acordo com o processo, foram identificadas
irregularidades na Parceria Público-Privada (PPP) da reforma
da Arena Castelão para a Copa de 2014. Entre os pontos citados, a
"inexistência de justificação pela opção da contratação em parceria
público-privada", "a falta de comprovação da viabilidade
econômico-financeira da PPP", "a falta de competitividade da PPP em
relação à remuneração fixa devida à concessionária em razão da execução das
obras" e "o possível desvirtuamento da parceria
público-privada".
Surpresa
Procurado pela reportagem, o deputado estadual
Jeová Mota afirmou que não tinha conhecimento do processo e
"surpreso". "Não (tomei conhecimento). Eu cheguei na gestão e já
tinha sido feito tudo isso. Não estou entendendo qual é a motivação da ação
civil pública. Não sou ordenador de despesa lá. É o secretário-executivo",
relatou. "Quando eu recebi, a PPP já estava formatada. Não fui eu quem
fiz. A reforma foi na minha gestão. Apenas fiquei lá um período. Não lembro de
ter utilizado nenhum recurso para qualquer investimento na reforma", disse
o ex-secretário.
Jeová Mota se disse surpreso com a ação e que vai
procurar mais informações para fazer sua defesa. "Estou surpreso com essa
ação. Não tenho conhecimento total da causa para que eu possa dar mais resposta
objetiva", disse, questionando o processo, que não pede esclarecimentos de
secretários anteriores a ele. Além de Jeová, são citados nos autos o
ex-secretário executivo Márcio Pereira de Brito, José Mailson Cruz, Lucas Cid
Timbó, João Antônio Filho, Antônio Islaudo Cruz de Oliveira, Parmênio de Castro
Feitosa Jataí Castelo e Klayton Soares Rodrigues. A reportagem não localizou os
demais gestores.
Fonte: Diário
do Nordeste














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