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Coletivos juvenis são trunfos contra a violência


Em um cenário no qual os jovens são o principal alvo da violência urbana, o encontro é capaz de trazer mais força

 27 de Novembro de 2018 

Coletivos de teatro, música e dança realizam eventos, como na praça do bairro CanindezinhoFoto: Kid Jr

Números podem significar apreensões objetivas de uma realidade desconhecida. Eles poderiam fazer parte do início deste texto ao explicitar, por exemplo, que 981 adolescentes foram assassinados no Ceará só no ano passado. Quase metade dessas vidas ceifadas eram da Capital. Nos cinco bairros compreendidos pelo Grande Bom Jardim, 76 famílias receberam a notícia da partida de um ente querido em idade tenra. Mas a questão que fica é como evitar que essas histórias interrompidas se tornem estatística da Secretaria da Segurança Pública?
"Os coletivos atuam incisivamente sobre essa forma de reduzir os homicídios porque é tirar essa galera que acha que tem que matar pra compreender que tem que viver", responde o agente cultural Wesley Lobo, atuante do Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza (CDVHS), no Grande Bom Jardim. Além do CDVHS, o jovem também ocupa praças, ruelas e avenidas do local que o fez gente grande.
Em outubro de 2017, munidos do relatório do Comitê Cearense Pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, organizado pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, um grupo de jovens resolveu criar o projeto "Vivo Cidadania". A proposta surgiu a partir do estudo dos crimes violentos em razão da necessidade de haver um comitê local em defesa do direito à vida da população jovem do local.
Um dos objetivos do "Vivo Cidadania" é mapear os coletivos juvenis presentes no território do Grande Bom Jardim. "Existe um conjunto de resistências que, ocupando o espaço público, faz com que essa violência não chegue de forma tão forte até eles", explica Ingrid Rabelo, responsável pela coordenação da proposta, a qual só foi possível ser implementada em razão da conquista de um edital do Governo do Estado.
Os coletivos promovem, além de arte e cultura, transformação localFoto: Reinaldo Jorge
Fortalecimento
Os coletivos seriam, dessa forma, grupos que têm "autocuidado, preocupação de estar no espaço público e promover a arte e a cultura que são instrumentos, além do desenvolvimento local, de transformação de vidas", completa Ingrid. Ao todo, foram mapeados 24 agrupamentos na área da comunidade, que compreende o território dos bairros Canindezinho, Siqueira, Granja Portugal, Granja Lisboa e, claro, o Bom Jardim.

Por Cadu Freitas, 



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