MPE pede inelegibilidade de André Fernandes por abuso de poder religioso
POLÍTICA
Deputado estadual eleito negou abuso de poder religioso e garantiu que se defenderá no processo
Deputado estadual eleito negou abuso de poder religioso e garantiu que se defenderá no processo
Foto: José Leomar
O Ministério Público Eleitoral (MPE)
entrou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), junto ao
Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), pedindo a inelegibilidade do
deputado estadual eleito André Fernandes (PSL) por abuso de
poder religioso. Ele negou irregularidades.
Segundo o procurador regional
eleitoral Anastácio Tahim Júnior, autor da ação, o então candidato
é "diretamente responsável por condutas caracterizadoras de abuso de poder
econômico, na modalidade abuso de poder religioso, bem como de todos os que
tenham contribuído significamente para a prática do ilícito".
Monitoramento
A Procuradoria Regional Eleitoral
afirma que os dados que fundamentam o processo foram colhidos durante
monitoramento das redes sociais de vários candidatos no pleito de 2018. O
documento cita eventos religiosos em Iguatu, Maracanaú e Solonópole,
onde o deputado eleito André Fernandes teria se beneficiado. O futuro
parlamentar recebeu mais de 109 mil votos nas últimas eleições.
"É evidente a caracterização do
abuso de poder religioso, em gravidade suficiente a conferir aos beneficiários
condição privilegiada e odiosa na disputa", afirma Tahim. "O então
candidato André Fernandes foi beneficiado com uma espécie de publicidade
extraoficial ao ser exaltado no contexto de diversos cultos religiosos, perante
milhares de fiéis presentes no local, que lhe propicionou experimentar
invejável e ilegítimo favorecimento em evidente quebra de paridade de
armas."
Defesa
Procurado pela reportagem, André
Fernandes negou abuso de poder religioso. "O que diz lá no processo
é siplesmente achismo. Eles querem dizer que acham que foi um apoio
político em culto religioso, mas em nenhum momento conseguem provar que houve
abuso de poder religoso", explica Fernandes.
"Se aconteceu foi uma oração e,
desde que eu sabia, isso é pemitido. Muitas pessoas receberam
orações. Nada mais do que isso", argumenta. O deputado estadual eleito
afirmou que vai se defender no processo. "Tenho certeza que tudo vai dar
certo. Quem não deve, não teme".
Por Márcio Dornelles,
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